Nara Roesler lança o mais abrangente livro sobre a obra de Carlito Carvalhosa


No 2 de julho de 2025, às 19 horas a Nara Roesler Rio de Janeiro promove o lançamento do livro “Carlito Carvalhosa” (Nara Roesler Books, 2025), o mais abrangente dedicado ao artista que construiu uma trajetória singular na arte contemporânea, ao explorar diversas técnicas e suportes, com uma abordagem que expande os limites dos materiais e do espaço. Seu trabalho, quase sempre marcado pela presença do corpo — seja no seu gesto, na interação com a obra ou no reflexo proporcionado —, estabelece poderosos diálogos com o público e o ambiente expositivo.
Para celebrar o lançamento da publicação, que demandou mais de dois anos de pesquisa e produção, será exibida uma seleção de obras de Carlito Carvalhosa, criadas entre 1991 e 2017, com diversos materiais, técnicas e dimensões. A pequena mostra ficará em cartaz até o dia 3 de julho de 2025. O público poderá ver trabalhos feitos em cera e óleo sobre tela; óleo e cera sobre alumínio espelhado; alumínio percutido; gesso, espelho e vidro, entre outros materiais.
No livro “Carlito Carvalhosa”, Luis Pérez-Oramas analisa praticamente toda a produção do artista, demonstrando sua múltipla, profícua e sofisticada produção. Lúcia K. Stumpf apresenta a trajetória de Carvalhosa a partir do acervo documental e material deixado por ele de forma extremamente sistematizada. Geaninne Guimarães estuda a pontual produção de monotipias e gravuras de Carlito Carvalhosa, deixando patente a coerência conceitual e estética estabelecida em todo o trabalho do artista. André Lepecki percorre a “vontade construtiva” de Carvalhosa de forma inusitada. Daniel Rangel esmiuça as instalações site-specific do artista, recorrentes em sua carreira. E Bernardo Mosqueira estuda a “membrana” como uma característica (física e conceitual) presente em várias, senão todas, as fases de sua criação artística.
As imagens do livro são oriundas do Acervo Carlito Carvalhosa – dirigido pela mulher do artista, Mari Stockler, e suas filhas Maria e Cecília Stockler Carvalhosa – e de diversas coleções privadas e institucionais, como Banco Itaú; Cisneros Fontanals Art Foundation; Coleção de Arte da Cidade / Centro Cultural São Paulo; Dallas Art Museum; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand; Pinacoteca do
Estado de São Paulo; e Solomon R. Guggenheim Museum.
O livro Carlito Carvalhosa (1961–2021) tem 384 páginas,mais de 300 imagens – de obras, exposições e instalações, processos e documentos – capa dura, e formato de 21 x 28,5 centímetros. Os textos são de Luis Pérez-Oramas, Lúcia K. Stumpf – organizadores –, Geaninne Guimarães, André Lepecki, Daniel Rangel e Bernardo Mosqueira, e o livro traz uma cronologia ilustrada.
A Nara Roesler Rio de Janeiro fica na Rua Redentor, 241, Ipanema, Rio de Janeiro.
SOBRE CARLITO CARVALHOSA
Carlos Cintra Gordinho de Carvalhosa nasceu em 11 de dezembro de 1961, em São Paulo.Aos quinze anos ingressa no colegial do Colégio Equipe, e participa da Revista Papagaio, publicação em quadrinhos criada por alunos e impressa na gráfica do Colégio, com três edições publicadas até 1979. Em 1980 entra na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, e inicia o estudo de gravura em metal no ateliê de Sérgio Fingermann, que frequenta até 1982, quando forma o
ateliê Casa 7, em São Paulo, junto de Fabio Miguez, Nuno Ramos, Paulo Monteiro e
Rodrigo Andrade, colegas do Colégio Equipe.
No início da carreira, Carlito Carvalhosa apresentou pinturas sobre papel em grande formato, típicas das produções da década de 1980, passou então para o uso de cera e encaústica, aprimorado em residência feita na Europa na década de 1990, quando passa a fazer criações mais seriadas e com a presença de marcações específicas (os seus famosos “dedinhos”).
As ceras cresceram, tomaram volume tridimensional e o artista passou a experimentar novos materiais, como porcelana e gesso, que tomou e ocupa espaços de forma contundente. O artista iniciou então a combinação dos já utilizados materiais (óleo, esmalte, gesso, entre outros) sobre superfícies reflexivas, em especial espelhos, o que resultou, em seguida, no uso de alumínio polido e alumínio escovado, quando retomou os gestos manuais que deixaram marcas mais evidentes nas superfícies. Em paralelo,
criou grandes instalações usando tecidos, postes de madeira e lâmpadas fluorescentes. Por fim, Carvalhosa intensificou o uso de alumínios reflexivos com pinturas e voltou a fazer esquemas de ceras com os “dedinhos”, apresentando como novidade a pintura sobre a superfície.
Em 2002, se muda com a família para o Rio de Janeiro, onde monta ateliê na Rua Alice, em Laranjeiras.Em 2014, recebe diagnóstico de câncer metastático. Em 2021,em tratamento médico intensivo, retorna para São Paulo, com a família. Começa a organizar seu arquivo pessoal de cadernos e documentos.Falece no dia 13 de maio, em São Paulo, aos 59 anos. No mesmo ano, por iniciativa da família, é criado o Acervo Carlito Carvalhosa.